Investidores e fabricantes de ônibus elétricos de diversos países firmaram no dia 10/12, em Bogotá, um pacto para expandir as frotas de transporte público com zero emissão de poluentes na América Latina.
Numa videoconferência organizada na capital colombiana, os 17 participantes comprometeram-se a lançar novos produtos e dar início ao financiamento de mais três mil ônibus elétricos na região, nos próximos 12 meses, com investimentos de até US$ 1 bilhão.
Cidades do Brasil, Chile, Colômbia e México serão as prioritárias.
O evento é iniciativa do Zebra (Zero Emission Bus Rapid-deployment Accelerator), parceria internacional para acelerar a transição das frotas de ônibus a diesel para veículos de zero emissão nos países latino-americanos.
Participaram da conferência, entre outros, Adalberto Maluf (BYD) e José Antônio do Nascimento (Eletra), respectivamente presidente e vice-presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Dirigentes da SP Trans fizeram uma exposição sobre a transição de frotas do transporte público na cidade de São Paulo a partir da licitação atualmente em curso, lançada com base na lei municipal 16.802, de 2018.
Com mais de 14 mil ônibus a diesel em circulação, a frota da cidade de São Paulo é a maior do Ocidente.
Como a Lei 16.802 fixou prazo de até 20 anos para esses ônibus eliminarem suas emissões de gás carbônico, material particulado e óxidos de nitrogênio, essa transição só será possível com veículos elétricos.
PACTO
Apoiaram a aliança fabricantes e distribuidores de veículos elétricos como Andes Motor, BYD, CreattiEV SAS, Foton, Higer, Sunwin, Vivipra e Yutong.
Entre os investidores participaram o BNDES (banco de desenvolvimento do governo brasileiro), EDP Brasil, AMP Capital, ARC Global Fund, Ascendal, Ashmore Management Company, Enel X, John Laing e NEoT.
O Zebra é uma coalizão liderada pela rede de cidades C-40, Conselho Internacional do Transporte Limpo (ICCT) e P4G (parceria internacional em defesa do desenvolvimento sustentável).
“Os compromissos pactados hoje (na conferência de 10/12) representam um novo rumo no transporte público na América Latina ” – disse Ray Minjares, dirigente do ICCT.
“Com uma nova confiança de que o mercado está pronto e capacitado para fornecer ônibus de emissão zero, será mais fácil aos administradores públicos eleger essa diretriz em todos os programas de substituição de frotas no futuro”.
Thomas Maltese, porta-voz da C-40, acrescentou: “os compromissos anunciados hoje ajudarão a cumprir as demandas das autoridades e operadores de trânsito, logrando assim superar duas das principais barreiras à decolagem dos ônibus de emissão zero: a limitada oferta para a escolha dos veículos e a falta de investimentos”.
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