A frota de carros elétricos no mundo saltará dos atuais dois milhões de veículos (2016) para 280 milhões em 2040, segundo relatório divulgado no dia 22/11 pela Agência Internacional de Energia (IEA).
O World Energy Outlook 2017 prevê que o aumento exponencial dos veículos elétricos será o resultado direto dos investimentos crescentes em produção de eletricidade a partir de fontes renováveis.
Segundo o IEA, 2016 foi o ano em que, pela primeira vez na história econômica, os investimentos globais em geração de eletricidade superaram os de produção de petróleo e gás.
Essa tendência deverá continuar pelos próximos anos e mudar a face da indústria de energia e do mercado de bens de consumo.
O aumento da frota mundial de veículos elétricos nos próximos 23 anos será puxado principalmente pela China, Europa e Índia, com os Estados Unidos em quarto lugar.
Só a Índia, com sua população de 1,3 bilhão de habitantes, será responsável por nada menos do que 30% do aumento previsto na demanda global de eletricidade até 2040.
Apesar da modesta participação da América Latina nas projeções totais, o relatório destaca a posição do Brasil como grande produtor de energias renováveis em geral, e não apenas nas usinas elétricas.
“No Brasil, a participação direta ou indireta de fontes renováveis no consumo final de energia aumenta de 39% hoje para 45% em 2040, comparada a uma progressão global que parte de 9% para 16% no mesmo período”.
Já no caso da China, as projeções indicam o começo de uma fase de estabilidade econômica.
A previsão é um crescimento da demanda total de energia do país em torno de apenas 1% ao ano até 2040, em vivo contraste com os 8% médios anuais do período 2000/2012.
AINDA NÃO
Mas o World Energy Outlook 2017 adverte que “ainda é cedo para escrever o obituário do petróleo”.
As projeções indicam que a demanda por petróleo cru ainda será crescente nos próximos 25 anos, embora a taxas bem mais modestas do que nas décadas passada, até recuar definitivamente.
O relatório destaca que, enquanto o mundo se desloca para as energias renováveis, os Estados Unidos se preparam para assumir a liderança da produção de energias fósseis.
Esse polêmico protagonismo será possível graças principalmente à recente (e economicamente viável) tecnologia de extração de petróleo e gás do xisto.
Por volta de 2020 – diz o IEA -, a “shale revolution” fará dos Estados Unidos não apenas o maior exportador mundial de gás, mas também exportador líquido de petróleo.
Ou seja: exportará mais do que importa, invertendo uma tendência histórica que terá profundas consequências econômicas e geopolíticas.
O relatório conclui: “os consumidores mundiais ainda não estão prontos para dizer ‘adeus’ à era do petróleo”.
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