A ABVE lançou no início de outubro a sua Carta de Compromisso pela Eletromobilidade, endereçada aos candidatos a prefeito e vereador em 2020.
A Eletra tem dois de seus principais executivos como diretores da ABVE: Iêda de Oliveira (diretora de Veículos Pesados) e José Antônio do Nascimento (vice-presidente de Pesados).
A Carta pede o apoio dos candidatos a uma agenda de defesa do transporte público e individual sustentável nas futuras gestões municipais.
Entre os itens dessa agenda, está o transporte público sem combustíveis fósseis, incentivo aos veículos levíssimos, como bicicletas e patinetes elétricos, apoio aos pedestre e infraestrutura de recarga de veículos elétricos.
“Nossa proposta é unir forças e colaborar com os prefeitos para que o conceito de cidade inteligente e sustentável seja uma realidade para a sociedade e para os gestores públicos” – diz o documento.
Representantes da ABVE começaram a agendar contatos com candidatos das principais capitais do país e de outras cidades.
Na primeira semana de outubro, candidatos de Sorocaba, no interior paulista, como Jacqueline Coutinho (PSL), já assinaram a Carta.
O ato de assinatura foi divulgado pela TV Globo, em reportagem sobre o início oficial da campanha eleitoral. Confira, a partir de 1min.20seg.
BOAS PRÁTICAS
O documento da ABVE é um roteiro de boas práticas e ações em defesa de um ar mais limpo e de transportes sustentáveis.
São propostas e sugestões ao alcance dos prefeitos e vereadores, que podem fazer a diferença para as cidades brasileiras, especialmente no cenário pós-Covid.
Segundo a Carta, a causa da mobilidade limpa está “em sintonia com a tendência mundial de valorização da eficiência energética no transporte de passageiros e de carga e de redução das emissões de poluentes e níveis de ruído nas cidades”.
“A pandemia da Covid-19 é o maior desafio já enfrentado por prefeitos de todo o mundo, mas é também uma extraordinária oportunidade de criar cidades mais limpas, saudáveis e inteligentes” – diz o texto.
A ABVE é a única entidade representativa de toda a a cadeia produtiva da eletromobilidade no Brasil.
Reúne empresas de veículos leves, pesados, levíssimos, além de fabricantes de componentes, empresas de geração e distribuição de energia e de mobilidade urbana.
Todos os candidatos a prefeito e vereador que quiserem assinar a Carta pela Eletromobilidade poderão entrar em contato com a ABVE.
e-mail:
abve@abve.org.br
WhatsApp:
11-99235-5200
ÍNTEGRA
Ao Sr./Sra.
Candidato (a) a Prefeito (a)
Ref.: Compromisso de promoção da eletromobilidade e de uso de novas tecnologias automotivas que valorizem a mobilidade limpa.
Prezado (a) Senhor/Senhora,
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), entidade que representa toda a cadeia produtiva da eletromobilidade no Brasil, respeitosamente solicita, neste ato, o seu apoio à causa da mobilidade limpa e sustentável neste município, em sintonia com a tendência mundial de valorização da eficiência energética no transporte de passageiros e carga de redução das emissões de poluentes e níveis de ruído nas cidades.
A pandemia da Covid-19 é o maior desafio já enfrentado por prefeitos de todo o mundo, mas é também uma extraordinária oportunidade de criar cidades mais limpas, saudáveis e inteligentes.
A relação direta entre poluição do ar e taxas de contaminação pela Covid-19 já está estabelecida em vários estudos. Portanto, investir em transporte limpo e sustentável significa reduzir o custo social da poluição e economizar recursos de saúde pública em tratamentos e internações.
A presente crise acelerou a mudança que já estava em curso. Tornou urgente e irreversível a transição para a economia de baixo carbono.
Empresas estão mudando seus modelos de negócio e consumidores adquirem novos hábitos. Essas tendências indicam que as cidades também precisam mudar. Em muitos países, elas já estão mudando. Alguns exemplos:
- Na Europa, o Green Deal, o acordo continental rumo à economia verde, já começa a virar realidade;
- Nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, a mobilidade elétrica sustentável torna-se cada vez mais uma prioridade nacional;
- Cidades chinesas como Beijing (Pequim) e Shenzhen já eletrificaram todas as suas frotas de ônibus – cada uma delas com mais de 15 mil veículos;
- No Chile, a capital Santiago tornou-se a cidade com a maior frota de ônibus elétricos no mundo, depois da China; em agosto de 2020, 776 ônibus 100% elétricos já estavam em circulação.
- A Cidade do México já conta com um corredor de transporte verde, com veículos 100% elétricos; a frota de trólebus da capital do país já é a maior da América Latina; o plano da Prefeitura local prevê 500 trólebus totalmente elétricos até 2025;
- Cidades como Madri, Paris, Londres, Lisboa, entre outras, já adotaram medidas concretas de apoio à eletromobilidade, à micromobilidade, ao uso de bicicletas e ao compartilhamento de serviços entre diferentes modais de transporte;
- Países como China, Alemanha, Reino Unido, Portugal e outros renovaram seus programas de incentivo financeiro à compra de veículos elétricos.
Cabe a todos nós – empresas e poderes públicos – contribuir para criar modais de transporte seguros e confiáveis para os cidadãos, e economicamente viáveis.
Nosso desafio é integrar esses modais com criatividade e tecnologia, construir cidades mais amigáveis para o pedestre, para o usuário da micromobilidade e para o empreendedor de serviços compartilhados.
A mobilidade elétrica sustentável já é o presente. Mais do que isso: é a chave para superar o atual cenário de incertezas. Os empregos do futuro estarão nas empresas de eletromobilidade.
No Brasil, felizmente, já temos bons exemplos em curso. Eles podem e devem ser ampliados pelas próximas gestões municipais. Exemplos:
- Leis municipais para trocar os ônibus a diesel por veículos de combustível sustentável já aprovadas em cidades como São Paulo e Campinas;
- Serviços públicos e privados de compartilhamento de automóveis elétricos (Fortaleza, São Paulo);
- Guarda Municipal com viaturas totalmente elétricas (São José dos Campos);
- Projetos de Zonas de Mobilidade Urbana Verde (Zonas MUV) nas regiões centrais (São Paulo e Campinas);
- Isenção de taxas de estacionamento para veículos elétricos em áreas públicas (Curitiba);
- Programas de instalação de postos de recarga elétrica em rodovias e corredores de trânsito em vários estados (Rio de Janeiro, Paraná, São Paulo, Espírito Santo);
- Estímulo às tecnologias nacionais de motorização, associando eletricidade e biocombustíveis (Exemplo: Corolla Híbrido Flex a etanol da Toyota, o primeiro carro eletrificado fabricado no Brasil);
- Apoio à geração de eletricidade de matriz eólica e solar (várias capitais do Nordeste);
- Ambiente favorável às startups de micromobilidade elétrica, com novos serviços (Joinville, Chapecó);
- Novos corredores de transporte para tornar mais eficiente o transporte público (Belo Horizonte, Rio de Janeiro);
- Apoio ao crescimento da cadeia produtiva brasileira da eletromobilidade (Florianópolis);
- Estímulos tributários e não-tributários à eletromobilidade (São Paulo, Sorocaba);
- Poder Legislativo mais sensível à pauta da eletromobilidade;
- Nova geração de administradores públicos atentos à mobilidade urbana limpa e silenciosa.
Podemos e devemos ampliar a eletrificação do transporte individual, de massa e de carga, no interesse da saúde pública dos milhões de brasileiros que vivem nas cidades e dos bilhões de serem humanos que sofrem as consequências do aquecimento global em todo o planeta.
Os veículos eletrificados no Brasil ainda representam uma fração muito pequena da frota total de veículos em circulação. Em 2019, os veículos eletrificados (elétricos e híbridos) participaram com apenas 0,4 % do total de automóveis e comerciais leves vendidos no mesmo período (11.585 unidades, de um total de 2.665.583 veículos licenciados em 2019, segundo a Anfavea/Renavam).
Ao mesmo tempo, nos últimos três anos, o Brasil experimentou um crescimento expressivo da comercialização de veículos elétricos levíssimos, como scooters, patinetes, monociclos, e-bikes e outros.
Esta é uma tendência importante da mobilidade urbana das grandes cidades. Ela pede uma regulação municipal criativa e flexível, capaz de proteger os pedestre e usuários sem inviabilizar as novas formas de micromobilidade elétrica.
Nossa proposta é unir forças e colaborar com os prefeitos para que o conceito de cidade inteligente e sustentável seja uma realidade para a sociedade e para os gestores públicos.
Defendemos uma parceria com o Poder Público municipal, colocando nossas equipes técnicas à disposição da gestão municipal para elaborar estudos e políticas públicas que favoreçam a mobilidade sustentável nas cidades.
Por todo exposto, A ABVE pede o seu apoio à causa do transporte limpo, por meio da assinatura do Termo de Compromisso com a Eletromobilidade (anexo), que poderá ser utilizado para sua comunicação com os eleitores de sua cidade.
Temos um objetivo comum: defender um ar mais limpo e cidades mais saudáveis, reduzir as emissões de poluentes na atmosfera e os níveis de ruído nas regiões urbanas, valorizar a eficiência energética no transporte de passageiros e carga.
A ABVE agradece desde já o seu apoio e coloca-se à disposição para quaisquer outros esclarecimentos.
Cordialmente,
Associação Brasileira do Veículo Elétrico
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