Iêda de Oliveira é diretora e coordenadora do Grupo de Veículos Pesados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico. (ABVE) e diretora executiva da Eletra, fabricante nacional de ônibus elétricos e híbridos e fornecedora de soluções de retrofit – conversão de veículos a diesel em veículos de baixa emissão de poluentes.
Technibus – Além dos ônibus, quais são os outros tipos de veículos pesados elétricos? Em linhas gerais, como tem avançado esse segmento?
Iêda de Oliveira – Além dos ônibus, temos os caminhões. São operações em que os elétricos agregam benefícios diversos, além, é claro, do ganho ambiental.Para o ambiente urbano, ônibus e caminhões elétricos diminuem a poluição e contribuem para reduzir o ruído do meio ambiente. Para motoristas e passageiros, trazem mais conforto e segurança. E para os operadores, apresentam menos custos de manutenção, mais economia de combustível e maior disponibilidade operacional das frotas.A economia mais evidente dos veículos pesados é a relação do custo do combustível por quilômetro rodado. O custo da energia necessária à operação de um veículo pesado elétrico chega a ser 70% inferior ao de um similar a diesel.
Technibus – No Brasil, ainda não houve um projeto envolvendo a introdução de um número maior de ônibus elétricos, como assistimos em Santiago, Bogotá e Medellín. Quais são os fatores que fazem governantes, autoridades de transporte e operadores brasileiros tão reticentes?
Iêda de Oliveira – Na cidade de São Paulo já existe uma lei que prevê zerar as emissões nos ônibus urbanos. O prazo é um corte de 50% até 2027 e de 100% até 2037 (de CO²). As dificuldades passam por falta de políticas de incentivo e financiamento. Não basta dar prazos, tem que dar as condições para a mudança. O Brasil tem dificuldade em planejar, estabelecer um cronograma de ações e monitorar. Desta forma, as ações pontuais do tipo “vamos fazer”, por mais bem intencionadas que sejam, não avançam, pois é necessário pensar em como fazer. Os obstáculos principais são os seguintes: poucas políticas de incentivo (redução de tributos, compras de frotas públicas, mapeamento da cadeia produtiva), falta de financiamento da produção nacional e falta de apoio financeiro ao possível cliente final (prazos e taxas atrativos, por exemplo).
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